domingo, 11 de maio de 2008

Arthur...




Sempre gostei muito do Arthur da Tavola. Desde a época que ele era colunista do jornal O Globo, na década de 70. Recortava os artigos e os guardava. Depois, quando me saeparei, meu arquivo acabou ficando na casa do meu ex e foi para o lixo. O artigo - que fique claro!

Lembro de um artigo que eu tenho muita vontade de encontrar. Era um que falava sobre o falar/escutar/entender.


Arthur morreu, que pena! Ele era tão culto, tão ético, tão sensível e ético. Mas... faz parte né?

Um sua homenagem, posto um belo texto desse jornalista que nos deixou um legado fantástico de escritos imortais.





A SABEDORIA DAS FLORES

Arthur da Távola



Perfume vem de perfumum , do latim. Quer dizer per+fumum , ou seja, "através da fumaça", no remoto passado já se queimavam flores olorosas, origem do incenso..

Homero chamava o lírio de leirion , da palavra lerios , quesignifica "pálido delicado". Lendas dão o lírio presente no Jardim do Éden,quando a Terra era o Paraíso. Ele teria brotado das lágrimas de Eva ao ser expulsa do Paraíso. O que lhe restava (a ela) de puro, o arrependimento, correndo em forma de lágrimasfez nascer o lírio.. O nome do lírio é Lilium candidum. Cândido quer dizer branco, puro, imaculado. Também é conhecido como Açucena. O nome feminino Lílian vem do lírio, em latim. A propósito do lírio, está nos Cânticos de Salomão: "Minha amada entre as outras donzelas é como a açucena entre espinhos"...

Quando você der cravos a alguém, saiba o significado deles: o amarelo e o rosa querem dizer desdém; o vermelho rajadosignifica extremos de emoção; o vermelho profundo simboliza "o meu sofrido coração"; o cravo rosa indica ousadia; o vermelho erosa quer dizer amor puro e felizardo; o rosa rajado indicarecusa; e o branco e rosa sugere recusa e partida..

Como sei tudo isso? É que nos escassos espaços de lazer ando a ler o delicioso livro "A Sabedoria das Flores" da inglesaKatherine Kear.. Mas, "p'ra não dizer que não falei das flores",outras lembranças me vêm a mente, fora do belo libro. Por exemplo três nomes horrendos para três lindas plantas: barba de barata, fedegoso e pata de vaca . Que injustiça!.

A barba de barata é um lindo arbusto médio, flores eretas,confiantes em si mesmas mas sem arrogância e tem outros nome, alguns bonitos como flor de pavão ou poinciana-anã... Por falar em barba, o povo deu seu nome a várias flores: além dela, existem a barbade bode; a barba de cabra e até barba de serpente... Já viu?

O fedegoso com seu lindo pendão dourado e altivo leva esse nome fedorento. Mas tem outros que quase ninguém conhece: aleluia ("dá" na Semana Santa); corruíra e pau-de-cachimbo . E a pobre pata-de-vaca , boa para o diabetes (a das flores brancas), com as folhas em forma de coração. Coitada. Ganhou esse nome horroroso. E nãotem jeito. O outro é pior ainda: para de camelo.....

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Estou feliz.


Hoje eu estou feliz por que consegui divulgar na Folha Dirigida o curso que uma amiga - a Dulce Gabiate - vai ministrar, em Junho.
Agradeço a Deus e ao amigo paulo Chico, diretor da Folha Dirigida.


O curso - PNL PARA PROFESSORES, é imperdível.


Confiram a entrevista.



Entrevista



No autoconhecimento e na auto-estima, a descoberta de um novo aprendizado


08/05/2008 - Folha Dirigida - Educação
Joana Martins


Para facilitar o processo de ensino-aprendizagem, as técnicas da Programação Neurolingüística (PNL) começam a ser trabalhadas com os professores. Porém, em que consiste essa programação? A PNL é um modelo que ajuda o indivíduo a entender melhor como o ser humano pensa, age e se comunica. Por isso, com o objetivo de ampliar competências em atividades de ensino e aprendizagem, através da utilização das técnicas da PNL, o curso PNL aplicada ao ensino e aprendizagem para educadores e profissionais de treinamento chega pela primeira vez ao Rio de Janeiro. Segundo uma das facilitadoras do curso, a master trainer em PNL, Dulce Gabiate, o conhecimento e a prática da Programação Neurolingüística em sala de aula são fundamentais. "Isso porque modifica a relação do professor com ele mesmo, com o aluno, com o conteúdo a ser transmitido e libera a capacidade de auto-aprendizagem do estudante", afirma.O curso, que tem a duração de 40 horas, será realizado, a partir do dia 4 de junho, na sede do Instituto de Neurolingüística Aplicada (INAP), no Flamengo, e abordará três grande linhas de trabalho. "A primeira procura desenvolver o autoconhecimento, elevar a auto-estima. Já que, hoje, percebemos que em função da baixa remuneração e da falta de estrutura, os professores estão desmotivados. Com esse trabalho conseguimos que o professor tenha melhor atuação em sala de aula, mais motivação", disse. Além disso, a PNL trabalha com uma série de técnicas que ajudam a identificar os diversos tipos de conhecimento, pois cada pessoa tem uma forma de conhecer o mundo. "E se o professor trabalha com recursos para atender esses diversos tipos, o resultado do aprender é mais afetivo", explicou. Em entrevista à FOLHA DIRIGIDA, Dulce Gabiate, que também é psicóloga e consultora organizacional, fala ainda sobre a importância da PNL para o dia-a-dia da sala de aula. E ainda ressalta os problemas de aprendizagem que podem surgir a partir de uma comunicação deficiente.

O que é a Programação Neurolingüística (PNL)? Qual a importância do conhecimento neurolingüístico nos dias de hoje?


Dulce Gabiate - A programação Neurolingüística tem como objetivo explicar como o cérebro e a mente funcionam, isto é, como criamos os nossos pensamentos, sentimentos, estados emocionais e comportamentos. Essas explicações ajudam a alterar alguns comportamentos, para que se tornem mais adequados, de acordo com o que desejamos realizar. Essa é a primeira aprendizagem que o programa passa. Porque ao conhecer como os pensamentos são criados e, aprender que eles influenciam o estado emocional e o comportamento das pessoas, começamos a ter recursos para trabalhar a alteração de comportamentos. Dessa forma, vamos produzindo comportamentos mais assertivos, que permitam o alcance das nossas metas.No contexto escolar, o professor, quando organiza esse conhecimento, passa a ter melhor atuação em sala de aula. Com isso, ele tem a possibilidade de estabelecer uma comunicação mais eficaz com os alunos. Porque, quando se tem conhecimento e passa-se a ter um autoconhecimento, as pessoas começam a gerenciar melhor seus comportamentos e suas emoções. Esse é o grande diferencial e a importância de se ter um conhecimento neurolingüístico.


Como a PNL pode ser aplicada na área de educação? Na prática, quais benefícios traz para alunos e professores?


O conhecimento e a prática da PNL em sala de aula são fundamentais. Isso porque modifica a relação do professor com ele mesmo, com o aluno, com o conteúdo a ser transmitido e libera a capacidade de auto-aprendizagem do aluno. Na realidade, os benefícios que o programa traz para os professores são motivação e aprendizagem de técnicas que geram participação e também a motivação dos alunos. Além disso, o programa amplia a capacidade de escolha das pessoas, porque quando é ampliada a percepção, a forma de enxergar o mundo, são criadas outras formas de aprender e de atuar. Costumo dizer que o professor que usa as ferramentas da PNL promove a aprendizagem e transforma vítimas em criadores. Depois, quando se utiliza das técnicas os professores aprendem que têm que explorar ao máximo os recursos auditivos, visuais e sinestésicos. Com isso, é gerada motivação. Na realidade, na relação de sala de aula, o professor é o grande termômetro para estimular os alunos, porque estados emocionais são contagiantes. Quando ele cria todo um contexto de estímulo os resultados são significativos.
Seria correto afirmar que boa parte das causas das falhas no processo de aprendizagem deve-se, justamente, a problemas de comunicação?Basicamente. A comunicação é a chave para as relações. Então, na medida em que desenvolvo uma comunicação mais atrativa, naturalmente, promovo aprendizagem. E como cada pessoa pode ter um estímulo (visual, auditivo, sinestésico), quanto mais exploro essa forma de percepção, através da linguagem, propicio que as pessoas captem mais e aprendam aquilo que elas querem aprender.


Quais os principais equívocos cometidos pelos professores em sala de aula?


São as supostas rotulações. Quando o professor olha para um determinado aluno e afirma que o mesmo é mais produtivo ou menos do que outro, ocorre uma rotulação de um determinado comportamento. É preciso que os professores entendam que todas as pessoas têm identidades e que, em determinadas situações, podem não apresentar um comportamento adequado. Por isso, não se pode julgar o comportamento dessa pessoa rotulando-a, pois o comportamento não adequado que ela apresentou foi apenas uma ação - o que não compromete a sua identidade. Entretanto, quando o professor diz que uma pessoa é limitada ou que tem dificuldade, ele está rotulando a identidade dela, o que impede que ela quebre esse estado. Então, a primeira coisa que deve ser feita é sempre ajudar as pessoas nas mudanças das ações que são comportamentos e trabalhar com a identidade de que todos os seres humanos são capazes de alcançar resultados. A diferença da mensagem que é passada para o outro pode ser uma alavanca de crescimento ou de derrota. O cuidado que o professor tem que ter com a comunicação é para que ela seja capaz de reconhecer as potencialidades do indivíduo e os ajudar a alcançar os seus resultados.
Estímulo da memória, capacidade de armazenamento de dados, múltiplas inteligências, estratégias mentais de sucesso...


Como trabalhar esses temas junto a alunos e professores? Em outras palavras, como fazer para que eles conheçam o funcionamentos do próprio cérebro?


A Programação Neurolingüística trabalha com um mapa que mostra como é feita essa percepção da realidade. No entanto, mostramos que cada pessoa pode receber o mesmo estímulo e dar a ele significados diferentes. O que a PNL ajuda é a dizer para a pessoa que, se ela acredita que pode, que é capaz, ela consegue alcançar. Isso porque ela vai agir enxergando a vida com possibilidades. Quando a pessoa acredita que não é capaz, ela cria filtros que fazem com que enxergue a realidade de uma forma negativa e, com isso, a atuação da pessoa diminui. A PNL também vai ajudar ao aluno a enxergar dificuldades passadas como feedback. Ele vai, assim, aprender com essas experiências. Não existe fracasso... O que existe, na verdade, são aprendizagens.


Qual é o perfil dos professores que devem procurar o curso que será ministrado no próximo mês? Qual é o objetivo básico deste encontro?


Todos aqueles que procuram um melhor desempenho na própria resposta do aluno. Tanto em termos de estar mais motivado, quanto em termos de gerar motivação. Para que, assim, os resultados que são esperados de aprendizagem aconteçam. O objetivo básico do programa, que tem 40 horas de duração, é capacitar os professores para que eles tenham melhor atuação e que possam promover aprendizagens com os alunos. O curso fornece métodos para que o professor seja mais assertivo, que possa utilizar em seu dia-a-dia técnicas de aproximação, de comunicação, gerando assim mais motivação em sala de aula. O trabalho é feito dessa forma, já que um dos fatores primordiais para que o aluno aprenda é a motivação. O aluno precisa ser estimulado. Neste contexto, o espaço da sala de aula precisa ser um campo de motivação para favorecer a aprendizagem. Dessa forma, a postura do professor tem um impacto direto no resultado da aprendizagem em sala de aula. E isso se dá através da comunicação que ele utiliza. Então, o curso tem como objetivo primeiro mostrar como o cérebro funciona. Segundo, mostramos como os professores podem estabelecer relações assertivas com o aluno e como podem estimulá-los a aprender. E, por fim, utilizar diversos recursos que promovam a participação, transformar a sala de aula em um ambiente agradável, produtivo e usar de recursos, música, filme, por exemplo, são fatores de grande valia nesse processo.
A senhora acredita que, pelo menos, aspectos fundamentais da PNL deveriam constar da formação de todos os professores?Acredito que sim, isso faz uma grande diferença. Ainda mais porque a PNL ajuda a mostrar aos professores que alguns métodos de aprendizagem não funcionam tão bem quanto o esperado. Por exemplo, algo que também atrapalha bastante o dia-a-dia da sala de aula são as crenças pré-existentes, ou seja, tudo aquilo em que acreditamos. Isso influencia diretamente o nosso comportamento. As crenças podem levar a pessoa para frente ou limitá-las. Se a pessoa acredita que pode, e é válido deixar claro que não é uma questão de pensamento positivo, mas sim o ato de traçar uma meta. Dessa forma, as pessoas começam a trabalhar com as estratégias, para alcançar um resultado. No entanto, se ela começar pensando que não é capaz, que essa matéria é difícil, a pessoa começa a limitar a percepção dos estímulos. O importante é que os professores tenham o conhecimento de que as crenças influenciam os pensamentos, que os pensamentos é que vão gerar um comportamento positivo. Saber trabalhar isso ajuda os alunos a enxergarem e a desenvolverem as suas potencialidades.


Uma das grandes queixas dos professores refere-se justamente à dificuldade em obter a participação dos alunos, buscar neles a motivação para a aprendizagem. Como reverter esse quadro?


A primeira coisa é o olhar. Se o professor tem um conteúdo, o conhecimento técnico, e utiliza as técnicas que propiciam uma participação, o resultado, com certeza, vai ser diferente. Porém, o professor, primeiro, precisa acreditar que é uma pessoa motivadora. Segundo, ele deve olhar as pessoas com um novo olhar e fazer com que elas participem. A comunicação efetiva é a soma entre a comunicação verbal e não verbal. Além disso, também é necessário que o educador trabalhe com os diferentes tipos de métodos, como slides, filmes, exercícios, dinâmicas, assim como os instrutores fazem em treinamentos das empresas. O uso desses recursos faz com que a aula fique mais dinâmica e o aluno, por sua vez, mais interessado em aprender, já que os três sistemas (visual, auditivo e sinestésico) estão sendo estimulados. O professor, cada vez mais, deixa de ser o único detentor do conhecimento no processo de ensino e aprendizagem.


Como estimular nos estudantes, então, um compromisso pessoal de investir na auto-aprendizagem?


Na realidade, o que é importante, e que muda o contexto da sala de aula, é quando o professor trabalha com a sabedoria do grupo. Algumas pessoas partem da premissa de que quando vão dar aulas os alunos não têm um conhecimento sobre o assunto a ser trabalhado. No entanto, se fizerem a experiência de perguntar o que os alunos acham daquele tema vão descobrir que os mesmos já possuem um conhecimento prévio, ou mesmo que já tem uma idéia do que vai ser trabalhado. Dessa forma, os professores valorizam o saber prévio dos alunos e, com isso, a participação deles fica mais efetiva. Logo, a aprendizagem daquele grupo também acontece de forma mais assertiva. O professor tem que reconhecer que o aluno tem um saber, pois, na verdade, quando ele aprende ele vai fazendo links com algo que já conhecem. Os alunos possuem uma referência interna e, com isso, vão construindo o saber. O mais interessante, então, é que o professor possa, dentro da sala de aula, construir com os alunos o saber, porque é isso que vai motivá-los.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

ASSIM É SE LHE PARECE. SERÁ?


Acredito, pela preferência natural do nosso cérebro por imagens, que a figura acima não tenha passado despercebida para você. Certo? E - suponho também que - como você não sabe o que é, buscou em seus arquivos mentais um registro de algo pelo menos parecido. E ai? Encontrou? Durante as duas primeiras semanas de novembro, enviei para meus amigos, via e-mail, essa imagem na esperança de que pelo menos um deles soubesse o que é. Frustrei-me: ninguém acertou. No entanto, a diversidade das respostas, faria o dramaturgo siciliano, Pirandello ficar com inveja.Luigi Pirandello, para quem esqueceu ou não sabe, escreveu, entre outras, a peça “Assim é se lhe Parece” onde brinca com a realidade/ilusória - ou a ilusão da realidade - e disseca impiedosamente as contradições humanas na busca por uma verdade. E é, no mínimo, divertido “ver” como uma coisa ou um fato pode modificar-se tanto em função do olhar de quem observa. É... Realmente “assim é se lhe parece!”Mas voltando a “coisa”... Foram muito engraçadas as respostas que recebi (como é criativa a mente humana!). Uma amiga, que vem há anos tentando parar de fumar, garantiu que era o pulmão de um fumante. Outros também acharam isso (será que igualmente querem se livrar do vício do cigarro?); Outra, que anda meio carente de amor, afirmou com segurança: “são dois corações enamorados!”. Um detalhe interessante: os amigos para os quais enviei a pergunta na hora do almoço responderam que a figura era a de uma maçã cortada ao meio (já pensando na sobremesa?). Respostas cuja associação só Freud - ou nem ele - explica também me foram enviadas: abóbora, elefante, rinoceronte de costa, aborígine e até alienígena. Mas a mais comum não foi nenhuma dessas...Dizem que o brasileiro só pensa naquilo. Quem afirmou isso eu não sei (e você sabe?), mas parece que tem razão, pois a maior parte disse que se tratava de uma “bunda” - cada um do seu jeitinho. Para um conhecido consultor na área de floricultura, que tem um respeitável e admirável senso estético, a figura representava “a versão plástica de uma bunda”. Já outraamiga, que a princípio nem quis responder, escreveu eufemísticamente: “a preferência nacional”. “Bumbum”, “nádegas” “traseiro de mulher” e outros sinônimos também apareceram.Uma querida consultora, de São Paulo, ponderadamente, respondeu-me com outra pergunta - “você quer que eu diga o que acho que é ou o que parece ser...?” - no melhor estilo socrático-pirandelliano (doeu?). Bem pensado! Nem sempre o que parece ser é, e nem sempre o que é, parece ser... E quanta confusão acontece nos relacionamentos por causa das certezas pessoais (ou “ser tesa”?) e das percepções parciais ou inadequadas da realidade. O “assim é se lhe parece” na prática nem sempre é divertido e pacífico. Não conhecer a verdade não impede a verdade de ser verdadeira. Só que aceitar a verdade do outro como verdadeira pode implicar em - e aí é que mora o problema - admitir o próprio erro. Outra questão que a minha pesquisa levantou foi a da ansiedade. Curiosidade á parte, para alguns esperar para saber (ou ter) alguma coisa é muito difícil. Um verdadeiro sofrimento. Mas tudo na vida tem seu tempo certo. É impossível fazer uma planta crescer puxando-a para cima. Isso me faz lembrar alguns tipos de Bromélias que levam 30 anos - ou mais - para florescer. Elas não têm pressa porque têm a confiança (em Deus) de que a flor vai brotar. Quem me conhece sabe que amo as flores e sempre busco na natureza exemplos e modelos que nos ajudem a refletir sobre algum aspecto da vida humana (olha a pista!).E foi na natureza que descobri “a coisa em questão”. Ela comprova a genialidade de Deus e a igualdade nas mais diferentes criaturas do Criador. Com seus 30 centímetros de diâmetro e aproximadamente 28 quilos, carrega em seu código genético as mesmas potencialidades de outra que para pesar um grama são preciso 50 mil sementes da planta Hypericum Brasiliense a menor e mais leve semente que existe. (Você sabia que a flor dessa planta é mundialmente usada para curar a depressão?) No outro extremo, fica a palmeira Lodoicea Maldivica, endêmica da ilha Praslin, nas Seychelles, que possui a maior e mais pesada semente que existe, cuja foto está abaixo do título desse artigo. Sim amigos! A “coisa” - meio pulmão, coração, elefante, rinoceronte, maçã e bunda - é uma semente - mesmo que não lhe pareça - do Coco-do-mar, fruto que leva cerca de sete anos para amadurecer.E assim termina o mistério - e este artigo - e espero a questão aqui explorada possa servir para que reflitamos mais antes de julgar, rotular e até sentenciar coisas, situações e pessoas. Mas... Se você mesmo depois de ler até aqui quiser continuar achando que a figura é um elefante, rinoceronte ou uma bunda, fique à vontade. Afinal... “assim pode ser... se lhe parecer”. Será?


(*) Sandra Braconnot é jornalista, consultora e palestrante.

Visite os sites www.sandrabraconnot.com e http://projetoflor.sites.uol.com.br

quarta-feira, 7 de maio de 2008

O CRAVO BRIGOU COM A ROSA, E DAÍ ?


Sandra Braconnot *

Será que alguma vez você se perguntou por que o Cravo Brigou com a Rosa e a Camélia caiu do galho, deu dois suspiros e morreu? E pergunto ainda, indo para outro terreno, será que você quando passeia pelos jardins (passeia?) olha para as flores com um olhar aprendiz e procura aprender com elas? Aprender com as flores? Sim, aprender com as flores...
As flores surgiram no período cretáceo, quando as plantas evoluíram e começaram a florescer. Hoje, 130 milhões de anos depois, as flores vêm sendo utilizadas de diversas formas para os mais variados fins, mas poucos, muitos poucos buscam nessas belas criaturas lições e aprendizados. A princípio pode até parecer estranho, mas as flores - que possuem inteligência e sabedoria - têm muito para ensinar e podem contribuir de maneira bem significativa para a qualidade de vida e para o desenvolvimento pessoal e profissional.
Para que se possa compreender melhor, primeiro, é preciso refletir sobre o que é Qualidade de Vida. Pense um pouco e responda: ter um bom emprego, ter um excelente salário, ter casa própria, ter carro do ano, ter amigos e ter uma linda família garante uma vida com qualidade? Essas podem ser as conseqüências... A qualidade de vida em questão não passa apenas pelo ter, mas sim pelo ser. Portanto, para que a vida tenha qualidade é preciso antes de tudo ser um bom profissional, ser organizado e equilibrado financeiramente, ser amigo, ser responsável com sua família, ser ousado para mudar, ser corajoso para transformar e ser inteligente para evoluir até ser humano (ou um mano?) de qualidade.
Segundo, temos que repensar o papel das flores em nossa cultura. Será que as flores servem apenas para enfeitar? No Japão, berço dos programas de Qualidade Total, as flores são utilizadas como um caminho para o autoconhecimento, aperfeiçoamento pessoal e um recurso para alcançar o equilíbrio interior. Os lendários Samurais - guerreiros do antigo Japão feudal, que existiram até o fim da era Meij, no século XIX - manipulavam flores como parte do seu draconiano e eficaz treinamento. De lá para cá, muito tempo passou, muita coisa mudou - ou permaneceu igual. Paradigmas foram quebrados e novas tecnologias trouxeram sabores e dissabores. As empresas perderam muros, ganharam alma, consciência e “descobriram” o ser humano/colaborador. A prática (com sucessos e fracassos) comprovou que era preciso bem mais do que oferecer bons salários, cestas básicas, assistência médica entre outros benefícios para aumentar a produção e, conseqüentemente, os lucros. Também - constatou-se - não bastava ensinar técnicas e apontar padrões de comportamento para garantir o bom atendimento e a fidelização dos clientes. Vejamos: Como podemos pensar em “Total Satisfação dos Clientes” sem que os colaboradores tenham e prazer em servir?; Como pensar em “Gerência Participativa” sem cooperação, flexibilidade e respeito?; Como ter uma Liderança Servidora sem líderes humildes, emocionalmente inteligentes e seguros o suficiente para formar novos líderes?; E indo além: como implementar uma Gerencia Ecológica sem ampliar a visão e a consciência ecológica de todos - líderes e liderados? Como pensar em implantar programas de Responsabilidade Social (ou se intitular socialmente responsável) sem respeitar os clientes internos/ externos, consumidores, comunidade, cidade, país e o planeta?
Percebe-se hoje, com clareza, que tudo o que pode melhorar a performance de uma empresa – e do mundo - passa necessariamente por pessoas. E o que se precisa neste momento decisivo para nós e para a nossa mãe Gaia, é que essas pessoas sejam sensíveis, cooperativas, solidárias, éticas, socialmente responsáveis e ecologicamente corretas. E é nesse contexto que se insere a Flores & Seres Comunicação e Desenvolvimento (**) que utiliza em seus programas conceitos biomiméticos e dinâmicas com flores e sementes para estimular a sensibilidade das pessoas, reaproximá-las de si mesmas, dos seus semelhantes, da natureza e do Criador a fim de que possam "polinizar o Belo - expressado nas ações, o Bom - irradiado nos sentimentos e o Bem compartilhado através do amor incondicional. Como a empresa, a flor é um organismo “vivo” e possui vibrações, cores, perfumes e formas que são captados pelo sistema sensorial estimulando diversas áreas do cérebro. Os treinamentos realizados com flores naturais são alegres, agradáveis e possibilitam abordar temas “polêmicos e perigosos” de forma leve e lúdica através de metáforas e analogias entre pessoas/empresas, comportamentos/características e curiosidades das flores, como a antiga “briga do Cravo com a Rosa”. Nos programas de relacionamentos, dinâmicas com flores ajudam a aumentar a autopercepção, a identificação de bloqueios e resistências facilitando a internalização dos conceitos trabalhados. E quando o foco é a equipe, o prazer do resultado alcançado (ou a reflexão do porquê do fracasso) se transforma na prolífera semente da cooperação.
As flores têm muito a ensinar. Com a ajuda delas, cada pessoa pode (re) descobrir sua sensibilidade, (re) aprender a valorizar o Belo, optar pelo Bom e pelo prazer de fazer, deliberadamente, o Bem. Quando as pessoas transcenderem as razões da briga do Cravo com a Rosa e passarem a agir cooperativamente os conflitos poderão ser reduzidos, a qualidade na vida, melhorada e seres humanos de qualidade começem a cantar:

O CRAVO AMOU A ROSA

A ROSA AMOU O CRAVO

O CRAVO FICOU MAIS FORTE...

E A ROSA MAIS PERFUMADA...


Ps: Ficou curioso? Entre em contato conosco. Terei o maior prazer em te contar porque o cravo brigou com a Rosa.

(*) Sandra Braconnot - Jornalista, facilitadora, palestrante, pesquisadora da flora brasileira. e coordenadora da (**) Flores & Seres Comunicação e Desenvolvimento.- visite os sites:www.sandrabraconnot.com e http://projetoflor.sites;uil.com.br

"3 B": Implantando Qualidade na Vida

O que as flores podem ensinar sobre gestão de pessoas.

Por: Sandra Braconnot

Era surpreendente! Aquele senhor realmente era um vencedor! Sucessivamente, há 15 anos, o seu produto era considerado o melhor e sempre superando a qualidade de ano anterior. E não havia a mínima possibilidade de se suspeitar da lisura do concurso porque a excelência de suas flores era inquestionável. Merecidamente, ele vencia o Concurso Anual das mais Belas Flores da Cidade.

Se o resultado era surpreendente, inacreditável era a técnica utilizada para conseguir flores tão especiais: anualmente, após o concurso, aquele senhor distribuía para todos, mudas das flores vencedoras. Muitos achavam uma grande "burrice" e que o floricultor, ao dar o que tinha de melhor, corria o sério risco de ser superado no próximo concurso. Mas que nada! Quanto mais beleza ele espalhava, mais beleza ele produzia!

O fato despertou a curiosidade de um repórter, que resolveu desvendar o mistério. Achava que seria difícil "arrancar" daquele senhor o segredo de tanto sucesso, afinal, atualmente, "o diferencial competitivo" garante estabilidade (ou a "ilusão de"). Mas que surpresa aguardava o repórter! Sentindo uma enorme felicidade em poder compartilhar "sua técnica", o produtor começou a falar: - "É muito simples, meu jovem. Essa técnica - utilizada pela natureza há 120 milhões de anos, desde que as plantas evoluíram e começaram a dar flores - é a "polinização", que consiste no transporte do pólen da parte masculina de uma flor para a parte feminina de outra flor ou de uma outra planta. Vou lhe explicar: quando um bichinho se aproxima de uma flor para retirar o seu néctar, arrasta-se entre os estames da flor, e os grânulos de pólen aderem aos pêlos de todo o seu corpo. São estes grânulos de pólen - os quais também podem ser transportados pelo vento e pela água - que viajam de "carona" de flor em flor, polinizando as flores. É assim que quase todas as flores se reproduzem. Então - continuou o homem - as flores que eu produzo dependem diretamente daquelas que estão sendo plantadas na cidade. Lembre-se sempre que: quanto mais espalhamos beleza, mais beleza é produzida, e quanto mais beleza nos cerca, mais beleza nos alcança!". E além de tudo isso, concluiu o homem - quando plantamos, podemos acompanhar entusiasmados o crescimento e desenvolvimento da planta; podemos nos alegrar com o belo que vem com as flores; nos alimentar sentindo o gosto bom dos frutos e ainda fazer o bem espalhando as sementes! Como você pode constatar, tão importante quanto descobrir "técnicas" novas , é colocar as antigas em prática!"

Nas empresas, assim como na natureza, diariamente, em todos os momentos, "flores" estão sendo cultivadas e grânulos de pólen transportados por toda a organização, reproduzindo um clima organizacional prazeroso, produtivo e saudável - ou não.

"Há uma ligação em tudo e o que ocorrer com a terra, recairá sobre os filhos dela", já nos alertava o Chefe Seatle, em 1854. E o que acontecer com uma empresa acontecerá com seus líderes e colaboradores. Na natureza, os polinizadores existem por causa das flores e as flores existem por causa dos polinizadores. Nas empresas, essa interdependência também acontece. E é a maneira pela qual cada líder ou liderado - que acima, abaixo, dentro ou fora de tudo, é um Ser Humano -, se comporta dentro da empresa (e fora dela também) que fará grande diferença para a equipe, para os clientes, para o lucro e a credibilidade da empresa, para a comunidade e para o país! Afinal, empresas só se desenvolvem, florescem e conquistam a excelência através das pessoas que nela trabalham.

Mas... nem todas as flores são belas! Existem polinizadores - como morcegos, vespas e moscas - que só são atraídos por flores "feias," fedorentas e venenosas. E é o pólen dessas flores que eles transportam. Existem também os predadores - como alguns tipos de aranhas - que se camuflam dentro de orquídeas para atacar e destruir os polinizadores na tentativa de impedir que a "beleza" seja reproduzida. "Felizmente", esses predadores só existem na natureza! - Ou não?

Apesar dos polinizadores se aproximarem das flores apenas para retirar alimento e matéria prima para a fabricação de seus "produtos" (assim como alguns líderes - que se aproximam do social para alavancar o comercial), a riqueza "em mel e cera" que produzem para eles mesmos, nada é em comparação com os serviços que prestam na fecundação das flores, que espalham beleza e alegria, purificam o ar e se transformam em frutos, os quais, todos nós Seres Humanos podemos colher, comer e replantar.

Ao implantarmos os 3B na nossa vida, tornamo-nos conscientemente "polinizadores do Belo, do Bom e do Bem " e, portanto, co-responsáveis pela criação e manutenção de um clima organizacional saudável, uma sociedade mais justa e um mundo melhor.
Afinal, não deve ter sido sem razão que Jesus - o Grande Líder - orientou: "Olhai como crescem os lírios do campo"!

Sandra Braconnot é consultora e palestrante, tendo como diferencial em seu trabalho a utilização de metáforas e analogias entre as flores, a natureza, a empresa e os seres (Biomimética). Pioneira na utilização de flores naturais em atividades pedagógicas e programas de T&D.
Para saber mais: www.ventoseventos.com.br/flores http://projetoflor.sites.uol.com.br/

Quem Mexeu na Minha melancia?


Da família das Cucurbitáceas, irmã da abóbora e prima do pepino, ela nasceu espontaneamente naquele canteiro lateral e ali começou a crescer ...
Uma melancia como recurso para Gestão de Pessoas.
Da família das Cucurbitáceas, irmã da abóbora e prima do pepino, ela nasceu espontaneamente naquele canteiro lateral e ali começou a crescer meio escondida entre suas folhas, despertando atenção e carinho dos funcionários, apesar de não ser nenhuma beldade, não ter perfume e nem colorido especial. Suas flores - pequenas e amarelas - já haviam caído e cedido o lugar ao fruto, mas mesmo assim, encantava todos que a conheciam e acompanhavam, com entusiasmo, o seu desenvolvimento que prenunciava um gostoso futuro.
E ela – a melancia – assim meio sem querer – acabou transformando-se em uma Melancia-mascote. Só que numa terça-feira de janeiro, ela – a Melancia-mascote, sumiu misteriosamente, deixando um enorme vazio no canteiro e no coração de muitos funcionários, que passaram a se perguntar num misto de tristeza, raiva e espanto: “Quem? Por quê? Por que levaram a nossa Melancia-mascote?”.
A Cucúrbita Citrullus, popularmente conhecida como melancia, começou a ser cultivada há cinco mil anos, na África Central. Na Índia suas sementes são transformadas em farinha utilizada na produção de pães. No Brasil, era a sobremesa predileta de D. João VI, que a considerava a fruta mais saborosa entre todas outras. Atualmente, a melancia está entre as dez hortaliças mais vendidas no mercado nacional. Mas... Informações culturais à parte, duas perguntas não queriam calar naquela empresa: “Quem havia levado a Melancia-mascote? E por quê?” “Para comer?” - questionavam alguns, já que fazia muito calor e a melancia é uma das frutas mais refrescantes da natureza? Pode até ser... – admitiam – mas, – ponderavam outros – “a nossa Melancia-mascote ainda estava verde e ainda era tão pequena!”. Só que essa fruta se consumida do tempo certo provoca cólicas e disenteria. (Será vingança da natureza?)
Talvez seja impossível descobrir quem “colheu” – e por quê – a Melancia-mascote daquela indústria. E em quê ter um “culpado” beneficiaria a empresa e seus funcionários? O que pode – e deve – ser feito agora? (já que o leite derramou e a melancia foi colhida) é aplicar os ensinamentos do grande filósofo grego Sócrates, que afirmava ser mais importante saber perguntar do que encontrar velhas respostas. A maiêutica socrática parte da premissa que, para que se possa chegar à solução efetiva e eficaz de um problema, é preciso saber fazer perguntas. E, desta forma, aprender alguma lição com o que está acontecendo ou aconteceu, pois, quando se tem um coração aprendiz, tudo coopera para o bem, para o crescimento interior.No sumiço da Melancia-mascote podemos, por exemplo, substituir a pergunta “quem foi?” por outras como: “o que pode levar uma pessoa a destruir, com suas próprias mãos, o trabalho de outras?; ou” que prazer alguém pode sentir em provocar a tristeza nos outros?; ou “o que se pode esperar de um ser humano que não respeita outros seres humanos? ou ainda: “o que nós podemos fazer para transformar esse ser humano em “um mano”? Não, decididamente não importa saber quem foi o responsável pelo sumiço da Melancia-mascote.
De nada vai adiantar descobrir um nome. O que realmente poderá fazer grande diferença naquela empresa – e na vida de cada um de nós - será se aproveitarmos esse fato, para refletir sobre o nosso próprio comportamento e perceber que nós também arrancamos – inconsciente ou conscientemente - “melancias” em casa, no trabalho, nas relações e na vida, quando tentamos impedir alguém de sonhar; quando achamos que podemos prejudicar alguém sem prejudicar a nós mesmos; quando não queremos ajudar e ainda atrapalhamos; quando não compreendemos que todos nós – todos – somos importantes nesta grande teia terrena e temos a ilusão de que somos mais importantes ou melhores do que outros; quando não respeitamos o sentimento, o pensamento, o trabalho, a opinião dos outros;quando precisamos caminhar juntos, mas decidimos andar rápido demais, atrasar, pegar atalhos, parar ou voltar e, principalmente, quando esquecemos que o Criador tinha um propósito ao fazer brotar “a “melancia”.Cooperação, respeito, solidariedade, trabalho em equipe, amor ao próximo podem estar plantados ao lado das “melancias” e correm o perigo de serem arrancados juntos. Que “O sumiço da Cucúrbita Citrullus – mais conhecida como melancia” possa servir para que cada um de nós possa aproveitar e refletir sobre o que precisa ser semeado, adubado, replantado ou arrancado. Urgente!



Autora: Sandra Braconnot é jornalista, palestrante e consulta criadora da Flores & Seres Comunicação e Desenvolvimento.