segunda-feira, 27 de abril de 2009

Metáfora bem interessante.






* MURALHA DE FLORES


Há muito tempo, um poderoso rei na região da Galiza resolveu construir um muro alto em torno de sua cidade para dar mais proteção aos seus vassalos. A notícia correu o mundo de boca em boca. Arquitetos de vários lugares do velho continente europeu apresentaram projetos para realizar a obra. De todos, apenas dois foram selecionados. E seus autores convocados para entrevista na corte.
No dia da audiência real, o primeiro a entrar na sala do trono foi Pedro Pedreira. Repleto de promessas, ele apresenta seu projeto:- Majestade, trago a melhor idéia para a construção do grande muro. Farei tudo com pedras brancas, roliças de igual tamanho, assentadas em argamassa com óleo de baleia, escamas de peixe, cal de ostra e terra também branca. - Escamas de peixe!... – estranha o rei. - Sim, Majestade! Escamas de peixe para que o muro faísque ao toque dos raios solares.- Huuummmmm!... Seu projeto me parece bom. Além de bonito e reluzente, deve ser bastante seguro, não é? - Muito seguro, Majestade. Por fora, a beleza e a miragem da suavidade de uma extensa nuvem de algodão. Por dentro, uma fortaleza indestrutível. Despertará inveja até nos chineses - afirma o arquiteto muito cheio de si.- Muito bem, cavalheiro. Agora, Depois de ouvir o outro candidato farei a opção que achar a melhor.- Majestade, se optar por mim terá o condado mais admirado e protegido da Galiza - garante Pedro, já inclinando o busto para frente numa mesura ao rei.Pedro Pedreira deixa a sala do trono e entra Monjardim para mostrar seus planos ao rei. Depois de uma respeitosa reverência, fala: - Senhor da Galiza, trago a Vossa Excelência um projeto para proteger suas terras dos invasores que nada retira dos mares nem das montanhas, além de encher de beleza e perfume os ares de seu reino. - Meu Deus, verdade? - espanta o monarca.- Farei uma cerca viva com milhões de pés-de-rosa enfileirados e enlaçados um no outro. - Rosas!... Que proteção um muro desse pode dar ao meu império? - Total, Majestade! A roseira é um vegetal lenhoso cuja haste é ramificada desde a base até dois metros de altura. Os ramos se entrelaçarão tão habilmente que nem mesmo um pequeno roedor terá como passar pelos seus espinhos, afiados como a ponta de uma espada!- Interessante!... - Bastante seguro também. E ecologicamente correto.- Santo Deus! Reconheço que tenho diante de mim dois projetos audaciosos. E depois de pensar mais um pouco: - Ah!... Tenho uma idéia.- Sim, Majestade. - Você fará uma metade da obra e Pedro Pedreiras fará a outra. - Mas... - Concluídas as partes, peço ao mago Pé-de-Vento para fazer o teste de resistência com seus tufões. O construtor da parte que não ceder ao poder do vento será consagrado vitorioso. Ganhará um prêmio de cem mil moedas de ouro e a tarefa de finalizar a muralha em torno de meu reino. Certo?- Bravo, excelência!... É um rei sábio e generoso - aplaude Monjardim. Pedro Pedreira igualmente aceita o desafio. Meses mais tarde, o grande muro fica pronto: metade de vegetal metade de pedras. A parte de Pedro Pedreira mais parecia uma comprida nuvem celeste, de tão alva, lambendo o solo. A de Monjardim estendia-se pelos campos como um extenso paredão colorido, embalsamando o ar com o aroma agradável e o encanto das flores. No dia do julgamento, o velho prestímano Pé-de-Vento chega bem cedinho ao local da prova e passa um bom tempo examinando o céu. Depois, satisfeito com a inspeção, procura o rei e comunica: - Majestade, farei soprar um vento tão forte que a construção mais frágil cairá por terra tão rápida como uma estrela cadente.O rei: - Então, vamos pôr tudo à prova. A um sinal do soberano, o ilusionista começa a dizer frases num dialeto diferente, abre os braços e risca o ar várias vezes com o cajado até surgir no azul do céu um bloco de nuvens escuras, escondendo o sol. E grita: - Afastem-se todos do grande muro.E com mais fôlego:- Foooogoooo!... Foi o bastante para o vento cumprir sua ordem. E, solto de tudo, começa a galopar em direção à muralha, tão forte e veloz que a parte feita de pedras desmorona na mesma hora, mas a cerca viva resiste, sem se desgrudar do chão. Passado o turbilhão, ao ver o céu clarear e sol voltando a brilhar, o povo retoma no rosto o sorriso. E, numa demorada ovação, saúda o rei:- Deus salve o rei da Galiza!...Passarinhos de várias cores e tipos voltam a cruzar o espaço e a pousar alegremente nas roseiras.
Monjardim, muito alegre, justifica:- Meu bom rei, árvore plantada com amor nem o vento derruba, não é mesmo? O rei, satisfeito com o resultado, acolhe o arquiteto num abraço vitorioso.- Ufa!... Pensei que o vendaval ia levar tudo. Confesso que, em toda minha vida, jamais encontrei um ser de mão tão boa para plantar rosas. - Obrigado, Majestade. Quem tem rumo até o vento contra é a favor.Risos. E o rei da Galiza, com outro gesto fraterno, passa o braço em volta dos ombros do Monjardim, convidando:- Bravo!... Bravo!... Vamos comemorar a vitória nos salões de gala da corte.O engenheiro concorda. Despedindo do povo, os dois entram na carruagem imperial e partem em direção ao Palácio. Lá, houve muitas festas e júbilo geral. Como o rapaz apaixona-se pela jovem Izabela, uma das filhas do rei, a sua vida, dali em diante, foi muito mais feliz ao lado da bela princesa de faces rosadas. Nomeado pela corte a um cargo importante no governo, foi o primeiro Ministro da Ecologia que se tem notícia na história das civilizações.Tempos depois a outra parte da muralha foi concluída com milhares de roseiras e a Galiza nunca mais foi invadida. Pelo menos, por saqueadores.* Nota do Autor: releitura de histórias populares do folclore europeu reverberando que a mesma inteligência que destrói a Natureza pode reconstruí-la.** FBN© 2004 * A MURALHA DE FLORES - CATEGORIA: CONTO *** Welington Almeida Pinto é escritor. Autor, entre outros livros, de Santos-Dumont, No Coração da Humanidade e A Saga do Pau-Brasil. Ver mais contos: http://www.contosgerais.blogspot.com/

domingo, 26 de abril de 2009

ENCONTRO DOS POETAS DO SAMBA EM VILA ISABEL - UMA MISTURA PERFEITA!

Será realizada na Associação Atlética Vila Isabel, no dia 30 e abril - véspera de mais um feriado - uma verdadeira maratona de samba que começa às quatro da tarde e vai até uma da madrugada. O evento - PRIMEIRO ENCONTRO DOS POETAS DO SAMBA EM VILA ISABEL - UMA MISTURA PERFEITA! - é organizado pela presidente do Clube Vila Isabel, Yolanda Braconnot, em parceria com os já consagrados compositores Zé Roberto e Gilson Bernini (Vacilão, Conselho, Modo de Ser, gravadas por Zeca Pagodinho) que comandam há mais de um ano o Encontro dos Poetas do Samba, badalada roda que reúne milhares de pessoas no Esporte Clube Garnier.
A música vai ficar por conta do Grupo Senzala com a participação especial do DNA do Samba e das “canjas” que cantores e compositores visitantes dão - como já é tradição nesse evento. Á partir das 23:00, Quintal do Céu e convidados.
O encontro que será realizado bimestralmente terá sempre um compositor homenageado. O primeiro, como não poderia deixar de ser, será Noel Rosa - o poeta da Vila. Familiares de Noel já confirmaram presença. Em junho, mês dos namorados, será a vez de Pixinguinha, o eterno Carinhoso.
Adquirindo a Camisa oficial (R$20,00) ou o vestidinho (R$25,00) terá direito a entrada e a comida (espetinho de carne ou frango, arroz, farofa, salada e feijão fradinho. Quem preferir, pode comprar o ingresso diretamente na bilheteria do clube (R$10,00).

O Clube Vila Isabel fica na Av. 28 e Setembro, 160. Informações 2204 1640
VENHA PARTICIPAR DESSA MARATONA DE SAMBA E ALEGRIA!
Contato: Yolanda Braconnot - Presidente da Diretoria Administrativa 9979-9397 - 8208-7573

sábado, 11 de abril de 2009

BELEZAS ESQUECIDAS, NÃO PERCEBIDAS E DESCONHECIDAS

Conhecida popularmente como "favela"






Gente... estou amando o Curso de Jornalismo e Políticas Públicas e Sociais, que estou fazendo na Federal.
Na última aula, o tema foi tão interessante que eu escrevi sobre ela.
Confiram:



Por Sandra Braconnot

Não nasci, não cresci e nem vivi em uma favela. Minhas vivências se limitam a algumas situações específicas como às coberturas que fiz nos morros do Juramento - na época do Escadinha -, do Borel, Macacos, Salgueiro e outros que nem me lembro, nos tempos de Repórter Policial da Rádio Tupi. Mas não foi só a criminalidade que me levou aos morros cariocas: as tragédias também. Lembro-me de um desmoronamento ocorrido, no final dos anos 80, no dia de Natal, no Pavão e Pavãozinho. Muitos moradores morreram e eu acompanhei in locum o trabalho dos bombeiros. A expressão facial (de um horror vivo) das vítimas resgatadas permanece até hoje muito nítida em minha memória. "Subi" outras vezes para prestar "assistência espiritual aos sofredores" e distribuir um "kit-sobrevivência". Também tive outra experiência em (já) "comunidade": ministrei palestras sobre valores familiares para pais, na Escola Municipal Chácara do Céu, no alto do Morro do Borel. Namorei um Projeto Social no Turano, mas não "casei". Com esses blocos cognitivos e outros adquiridos pela mídia e a rádio povo é que cheguei à aula de hoje do curso JPPS cujo tema "Comunicação Popular e Anti-hegemônica e Políticas Públicas" seria abordado em uma mesa redonda-retangular reunindo alguns nomes (para mim) conhecidos e outros não.

Quantas surpresas me aguardavam!

Em sua fala, José Roberto Ripper (um dos nomes que já conhecia) - fotógrafo, Observatório de Favelas e do Projeto Fotógrafos Populares da Maré - disparou uma frase que atingiu o meu coração e, creio, de alguns presentes: "Como tem beleza esquecida nas áreas menos favorecidas! É preciso mostrar a Favela pela ótica dos moradores".Sinceramente, nunca tinha parado para pensar sobre isso. Ampliando a reflexão, fiquei matutando com os meus botões sobre as belezas não percebidas e as desconhecidas além das esquecidas que existem nas comunidades. Com certeza devem ir muito além das vistas paradisíacas mostradas nas revistas-de-domingo. Maurício da Hora, Ripper e Guilhermo que o digam. Ou melhor: que nos mostrem!Dentre tantas coisas que nem sabia que não sabia e fiquei sabendo, um dado me chamou muito a atenção: no Complexo da Maré existem 16 favelas!!! Dezesseis! E eu quis saber como a Renata Souza, do Jornal O Cidadão, faz para poder agradar aos gregos, troianos comandos, tráfico e milícias. "É um dos nossos grandes desafios, mas com sabedoria nós conseguimos!" - explicou ela.

Quem me conhece sabe que eu sou apaixonada pelas flores naturais e a reboque as plantas. E há décadas (mais de três) venho pesquisando as características, curiosidades e inteligência desses seres tão especiais. Adorei o resgate histórico feito pelo Maurício da Hora, explicando a origem do nome favela.. Já pautei para pesquisar sobre a espinhosa planta chamada favela que nascia nas encostas dos morros. Será que a favela dá flor? - vou procurar saber.

O que já descobri é que a "favela" é uma planta que pega em qualquer terreno, dos alagados à seca do sertão e que nem geada, pragas ou insetos conseguem destruir. E ainda tem uns mistérios: Se você tocar nela, ela solta um líquido que te queima a mão, mas à noite ela orvalha! (De qual "favela" estamos falando????)A favela - a planta - tornou-se conhecida graças ao cientista brasileiro, Dr. Luiz C. Pimentel, que a conheceu quando fazia um passeio de estudos científico nas regiões vizinhas a Uauá e da antiga região de Canudos (berço das Favelas no Brasil). A partir daí, começou a estudá-la com amor. Cnidoscolus Phyllancatus é o seu nome científico. Leiam mais no link ubirajarando favela: planta poderosa.


Obrigada Ripper, Renata, Cláudia e Maurício e Guilhermo por compartilharem conosco suas experiências e saberes. Obrigada por me mostrar como olhar diferente para a mesma coisa e me fazer pensar sobre as belezas esquecidas, não percebidas e desconhecidas das favelas, das relações e da vida!

Sandra Braconnot é jornalista, consultora, psicodramatista, trainer em Programação Neurolinguistica. (www.sandrabraconnot.com.br e asfloresensinam.blogspot.com
tags: Rio de Janeiro RJ cultura-e-sociedade sandra braconnot favela

MOÇÃO DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA!

MOÇÃO Nº 6479/2008
EMENTA:
DE APLAUSOS E LOUVOR, A UNIPAS ATRAVÉS DE SEU PRESIDENTE NACIONAL REFERENDO RUI BARBOSA DE AZEVEDO, SECRETÁRIO NACIONAL REFERENDO EDMUNDO RIBEIRO FELIX E DO DIRETOR REGIONAL REFERENDO EDUARDO JOSÉ CANDIDO ALMEIDA, PELA FORMAÇÃO DA CAPELÃ SANDRA BRACONNOT.Autor(es): Deputado ANDRÉ DO PV
Requeiro a Mesa Diretora, na forma do Art. 102 do Regimento Interno, fazer constar nos Anais desta Casa de Leis, MOÇÃO DE APLAUSOS E LOUVOR, a UNIPAS através de seu Presidente Nacional Referendo Rui Barbosa de Azevedo, Secretário Nacional Referendo Edmundo Ribeiro Felix e do Diretor Regional Referendo Eduardo José Candido Almeida, pela formação da CAPELÃ SANDRA BRACONNOT.Tendo em vista os relevantes serviços prestados à população do Estado do Rio de Janeiro e do Brasil, por via de sua intensa e profícua luta comunitária, social e cristã.É muito bom louvar o desempenho daqueles que lutam por um ideal e o transformam em realidade. Dedicação com que conduz sua missão evangélica, seriedade pela propagação do Evangelho de forma nobre e pacífica com respeito ao povo do Rio de Janeiro.Não poderíamos deixar de reconhecer a abnegada atuação deste missionário que fez de sua dedicação ao próximo o motivo de toda a sua existência e das Santas Escrituras o alimento que sacia a fome de paz de suas ovelhas.A CAPELÃ SANDRA BRACONNOT, se notabiliza pela formação social, cristã e humanitária, sendo merecedor da honraria que ora propomos lhe seja conferida por esta Casa Legislativa.
Plenário Barbosa Lima Sobrinho, 09 de junho de 2008.ANDRÉ DO PVDeputado Estadual